A higiene ocupacional é uma ciência que tem como principal objetivo identificar os fatores em um determinado ambiente de trabalho que colocam em risco as pessoas que ali trabalham. Uma vez identificada, esta área também é responsável por avaliar o nível de risco e as medidas que devem ser tomadas para controlar, reduzir e, se possível, neutralizar esses fatores de risco.
Assim, a “higiene laboral”, como também é conhecida, é fundamental para controlar os riscos potenciais e garantir a saúde ocupacional. Por isso, dar atenção a esta área é essencial para o bom funcionamento das empresas, pois a prevenção dos riscos dos colaboradores é necessária para que estes possam continuar a trabalhar e sentirem-se valorizados pela empresa.
Essas atividades não são nada superficiais e sim necessárias para o sucesso da empresa e até para aumentar a produtividade da empresa.
A importância da higiene ocupacional
Higiene ocupacional e segurança do trabalho andam lado a lado.
A segurança do trabalho tem como foco a prevenção de acidentes, enquanto a higiene combate os patógenos encontrados no ambiente de trabalho.
Na prevenção primária, a higiene ocupacional oferece soluções que podem reduzir ou mesmo eliminar os efeitos nocivos de substâncias, energias e microorganismos patogênicos.
A matéria baseia-se no estudo aprofundado das partes, funções e rotinas do ambiente de trabalho que podem prejudicar a saúde dos trabalhadores.
Além do uso de técnicas, métodos e parâmetros de qualidade para controlar os riscos ambientais (por exemplo, limites ambientais ocupacionais).
Vale ressaltar o papel central da higiene ocupacional no combate às doenças ocupacionais, menos visíveis que os acidentes ocupacionais.
Nos acidentes, as vítimas geralmente morrem imediatamente ou ficam gravemente feridas, enquanto as patologias podem demorar anos para aparecer.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças ocupacionais relatadas na América Latina não representam mais de 5% das doenças reais.
Agentes de risco de uma empresa
Considerando a saúde dos trabalhadores, é importante compreender os riscos a que estão expostos no ambiente de trabalho. Para que isso seja feito de forma eficaz, existem classificações que definem os tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho. Os mais importantes estão listados abaixo:
Riscos físicos
Esses são os perigos causados pelas diferentes formas de energia encontradas no ambiente de trabalho. Tanto os riscos físicos quanto seus efeitos sobre o corpo humano vão desde dores nas costas e articulações até doenças graves como o câncer.
A exposição contínua a radiações ionizantes, por exemplo, em conexão com exames radiológicos, afeta o organismo cumulativamente. Isso aumenta a possibilidade de malignidade para trabalhadores como técnicos de radiologia.
A exposição constante ao sol ou perto de máquinas pode causar desidratação, insolação, erupções cutâneas e até distúrbios psiconeuréticos.
São exemplos de riscos físicos mais comuns: ruído, vibração, pressão excessiva, temperatura alta ou baixa, radiação ou umidade.
Riscos químicos
Eles são produzidos pelo contato e manuseio de produtos químicos, como névoa, poeiras, fumos, névoas, gases e vapores.
Durante o trabalho, essas substâncias são inaladas ou absorvidas pela pele, causando irritação e intoxicação imediata.
O mais alarmante, porém, são os efeitos que ocorrem semanas, meses ou mesmo anos após a exposição a agentes químicos. A exposição crônica a alguns faz com que se acumulem em órgãos vitais, como os pulmões, que sofrem de condições inflamatórias pela inalação de poeira mineral. A exposição prolongada a esses patógenos causa cicatrizes e fibrose pulmonar. Isso ocorre nos pulmões de vítimas de pneumoconiose, como mineiros de carvão, que inalam minúsculas partículas de carvão e desenvolvem antracose.
Os agentes químicos mais conhecidos são: amianto, benzeno, sílica, mercúrio, níquel, urânio, aldeídos, propano, acetona, hidrogênio, berílio, etc.
Riscos biológicos
Vírus, bactérias, protozoários e fungos são os fatores de risco biológicos mais importantes. Esses microrganismos podem causar doenças se atingirem a pele, as mucosas ou respirarem o ar.
As doenças infecciosas variam em gravidade dependendo do patógeno, e as mais graves geralmente são disseminadas por bactérias (como pneumonia e meningite) e fungos (como sinusite fúngica).
Os trabalhadores da saúde, laboratórios, limpeza urbana e higiene básica são os mais expostos aos riscos biológicos.
Áreas de atuação
Existem várias áreas onde a higiene ocupacional funciona. Cada um tem objetivos específicos que variam de acordo com a atividade exercida. Veja exemplos abaixo:
Contaminantes: tem como objetivo prevenir doenças infectocontagiosas e poluentes;
Engenharia: o objetivo é quantificar os riscos ambientais e encontrar soluções para esses problemas;
Medicina preventiva: quantificação de riscos e tratamento de possíveis doenças e notificação de possíveis danos à saúde do empregado;
Epidemiologia: o estudo da propagação dos fenômenos de saúde e compreensão da eficácia da terapia em um contexto de saúde pública;
Toxicologia: a compreensão de quais substâncias e agentes químicos são nocivos ao organismo;
Química: estuda as propriedades e o comportamento da matéria quando manipulada no ambiente de trabalho.
Etapas da higiene ocupacional
As quatro fases da higiene ocupacional são: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos.
Não por acaso, essa é a estrutura criada para monitorar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) juntamente ao acompanhamento da exposição a riscos, registro e divulgação de dados.
Tanto o PPRA quanto a NR-09 foram iniciados por higienistas ocupacionais que chamaram a atenção das autoridades brasileiras para os riscos ambientais na década de setenta. Assim surgiu o assunto entre as primeiras normativas do Ministério do Trabalho, expedida pela Portaria nº 3.21, de 8 de junho de 1978.
Desde a revisão anterior das normas, que entrou em vigor em janeiro de 2022, as NRs 1 e 9 sofreram alterações significativas, substituindo o PPRA pelo programa de gerenciamento de riscos do trabalho (PGR) . No entanto, a NR-09 ainda é válida e se limita à avaliação e controle da exposição a agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente de trabalho.
Agora conheça as principais fases do trabalho do higienista ocupacional:
Antecipação
Primeiramente, uma equipe qualificada deve realizar uma análise do ambiente de trabalho. Nesta fase, são avaliados os riscos para os colaboradores. Com o auxílio dessa observação, é possível identificar se existem fatores nas atividades realizadas em determinados cômodos que podem ocasionar acidentes ocupacionais.
Esta etapa é essencial porque as medidas preventivas podem ser implementadas antes que os processos industriais sejam introduzidos ou alterados.
Reconhecimento
A identificação de substâncias e fatores de risco ocorre logo após a fase de prevenção.
Esta é uma fase que visa identificar os riscos ambientais nas empresas e definir sua classificação em fatores químicos, físicos e biológicos.
Devem ser fornecidas informações sobre o patógeno e seus perigos para os trabalhadores, incluindo doenças e problemas de saúde.
Este também é o momento de determinar se existem condições de exposição aceitáveis para fornecer soluções caso não existam.
Além dos possíveis efeitos de cada risco ambiental individual, o higienista estuda as possíveis interações de substâncias, energias e micro-organismos.
Avaliação
A terceira etapa envolve a análise de risco quantitativa. Nesta etapa, é necessário considerar os limites de tolerância ao risco conforme Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15).
Essa norma elaborada pelo Ministério do Trabalho contém níveis aceitáveis para um determinado fator de risco. Portanto, é importante que sejam bem compreendidos, para que a empresa possa investir em formas de gerenciar, mitigar e até mesmo neutralizar os riscos caso ultrapassem os limites estabelecidos.
Controle
Uma vez que as condições do ambiente de trabalho e os riscos potenciais tenham sido avaliados quantitativa e qualitativamente, é necessário mitigar esses riscos percebidos.
O último passo, e não menos importante, é estabelecer medidas específicas e preventivas a serem tomadas, como o nome sugere, para controlar os riscos identificados.
Aplicação da higiene ocupacional
Para garantir a saúde dos colaboradores, a melhor opção é cooperar com empresas especializadas na área, com experiência em saúde ocupacional e, portanto, aptas a prestar serviços com qualidade e seriedade. Assim, a saúde do colaborador está sempre garantida, desde os primeiros momentos na empresa.
A implementação da higiene ocupacional é essencial em muitos aspectos. Como você pode ver, existem processos e regras que devem ser seguidas para garantir o bem-estar dos funcionários. Ser saudável também melhora a atitude em relação ao trabalho. Além disso, os colaboradores se sentem valorizados por meio dessas medidas, o que os deixa mais motivados.